domingo, 8 de março de 2015

Concílios Reformadores

SURGIMENTO E PROPÓSITO DOS CONCÍLIOS REFORMADORES
Concílio de Pisa
Os concílios reformadores surgiram em Pisa na Itália, por volta de 1409, surgiu com a finalidade de resolver problemas que surgiam em torno do papado, esta ideia adveio de cardeais que auxiliavam os dois papas da época. Geralmente estes cardeais se debruçavam sobre questões referentes a cisma papal, sobre a necessidade de uma reforma e sobre as heresias, que era como eram chamados os que se opunham a determinações de autoridades religiosas da época, conceito este sedimentado na Idade Média passando a ser conteúdo doutrinário aceito e pregado pela Igreja Romana como regra de fé. 
Em Roma, existiam à época, grupos dissidentes que convocavam estes concílios, pela necessidade de se promover esta reforma, devido a situação da igreja frente as novas ideias dos intelectuais da época que apelavam por um governo que tivesse natureza democrática dentro da igreja, onde a participação do povo nos concílios pudessem efetivar este objetivo, descentralizando esta função que até então pertencia com exclusividade aos bispos, a ideia também surge da possibilidade de se discutir assuntos novos, tais como a salvação da fé sem sacramentos. Estes itens foram retomados por meados do século XVI. Um dado não menos relevante dentro da história dos concílios, é que a incerteza de alguns fieis frente a este instituto religioso, aumentou de forma drástica o número de dissidentes, que em conjunto com o número crescente de líderes capazes, que mais tarde vieram a ser mortos depois de perseguidos.
Mesmo com estes eventos que demandou a morte de alguns líderes religiosos, este movimento ganhou espaço em quase toda Europa, inclusive Itália, Inglaterra, Áustria e outros países. Estes grupos lutavam contra as doutrinas da igreja bem como suas práticas litúrgicas, motivo este que levou os católicos romanos a classificar estes grupos de hereges.
Nesta esteira, é fundamental o entendimento de que o Concílio de Pisa, quedou-se ineficaz, não alcançando seus objetivos com relação a obstar a cisma papal, sendo portanto este concílio desfeito no mesmo ano de sua criação. O feito desta extinção desencadeou na declaração pelos cardeais de que o trono papal quedar-se-iam vazios, que em resumida síntese representa a demissão dos dois papas, que tiveram como substituto Alexandre V (1409-1410). Os papas depostos não reconheceram a autoridade do Concílio e permaneceram nos seus postos, complicando a situação, pois uma vez de dois papas, passou a igreja a ter três.  

Concílio de Constança

            O sucessor de Alexandre V, João XXIII (1410-1415), convocou o Concílio, que foi apoiado pela Inglaterra, Espanha e Burgundianos. Este concílio surgiu em Constança na Alemanha, no entanto existiam limitações quanto a importância dos países, pois só participavam deste Concílio os países mais importantes do ponto de vista econômico que à época eram: Inglaterra, Espanha, França, Alemanha e Itália. Outro dado interessante é que este Concílio foi o autor de sua própria autoridade, que teve como resultado a diplomação de João XXIII, que convocara o Concílio, mas terminou por se rebelar contra suas decisões, foi preso e deposto, sob acusação de conduta escandalosa. Situação que demandou o surgimento de outro papa com o mesmo nome do século XX, pois João XXIII do século XV foi considerado antipapa. Gregório XII resignou, e Bento XIII (1394-1423), de Avinhão, resistiu, mas sem maior força, pelo que a cisma chegou ao seu final definitivo em 1429.
            Enquanto isso, ainda no Concílio de Constança, que ocorreu entre 1414 e 1418 onde houve a eleição de um novo papa, Martinho V (1417- 1431), que foi aceito pelos países mais importantes do mundo de então. O Concílio de Constança, estabeleceu que os concílios deveriam se reunir periodicamente, afim de pôr fim aos problemas persistentes e emergentes da igreja, até que se chegou ao limite em que estes concílios deveriam ocorrer de dez em dez anos.

Concílio de Paiva e Siena

No ano 850, no Concílio de Paiva, foram instituídos o rosário e a doutrina da transubstanciação, afirmando a crença antiga que, na Eucaristia, o pão se transforma no corpo de Cristo, e o vinho, no sangue.
            O Concílio de Siena surgiu no ano de 1423. O Concílio de Siena (1423 - 1424) foi um concílio da Igreja Católica realizado durante um período em que o movimento conciliar estava no auge em sua cruzada para reformar a hierarquia da Igreja. Se ele tivesse continuado, teria que ser qualificado como um concílio ecumênico. Na lista oficial de concílios ecumênicos, ele já não aparece mais, uma vez que o conciliarismo professado ali foi considerado posteriormente uma heresia.

Concílio de Basiléia -  Ferrara - Florença

            Estes surgiram entre 1431 a 1447, este Concílio surgiu com objetivo principal de limitar o poder do papa, este foi um concilio ecumênico, onde tinha como integrantes membros do clero da Igreja Católica em Roma,
Na realidade, os próprios papas se insurgiram contra os concílios, defendendo que a autoridade a eles conferida se fazia necessária a resolução dos conflitos existentes na igreja, sem que houvesse a intervenção dos cardeais ou dos concílios reformadores. Vários são os motivos que levaram ao fracasso destes institutos, situações como a falta de unidade nos motivos para a reforma, solução parcial da cisma papal, antagonismo papal.
O crescimento das monarquias contribuiu para que governantes civis sugerissem a convocação de novos concílios para reformar a igreja. Depois de o problema do cisma ser solucionado, alguns papas foram considerados arrogantes pelas suas atitudes. Além disso o clero era acusado de baixo nível, situação esta, que desencadeou diversas dificuldades para a igreja, causando assim a insatisfação da classe religiosa e política, dando uma colaboração ainda que involuntária ao que mais tarde viria se tornar a reforma protestante.   Em 325, o imperador romano Constantino convocou o I Concílio de Nicéia. Nessa reunião com 318 bispos, foi estabelecido o Credo de Nicéia, contendo um resumo das crenças cristãs aceitas por muitas igrejas. Ali estava escrito aquilo que eles consideravam ser as verdades espirituais. Era o artigo de fé da parcela do cristianismo apoiada pelo imperador romano. Foi proclamado também o dogma da Santíssima Trindade, afirmando que há um único Deus manifestado em três pessoas distintas (o Pai, o Filho e o Espírito Santo). É uma complicada doutrina cheia de mistérios, onde Jesus, o Filho, e o Espírito Santo também são Deus sem serem outros deuses, mas outras pessoas consubstanciais (da mesma natureza e substância) ao Pai.
A partir daí, qualquer doutrina contrária foi perseguida. O trinitarismo foi imposto como um dogma. Não poderia mais ser contrariado ou rejeitado. Até hoje é uma doutrina imexível. Quem tiver idéias diferentes poderá ser vítima de discriminação e ter seu nome na lista dos hereges. Por isso, nesse mesmo concílio, outras formas de pensamento foram condenadas. O subordinacionismo, que dizia que Jesus estava subordinado a Deus e submetido à sua vontade, e o arianismo, que acreditava que Cristo era uma divindade menor de natureza intermediária entre Deus e a humanidade, foram condenados.

I Concílio de Constantinopla
        No ano 381, o imperador romano Teodósio I convocou o I Concílio de Constantinopla, onde foram reafirmadas as doutrinas do Concílio de Nicéia sobre a consubstancialidade das três pessoas da Santíssima Trindade. O arianismo e outros movimentos semelhantes foram considerados heréticos. Foi feita uma revisão dos artigos do Credo de Nicéia, que passou a ser chamado de Credo Niceno ou Credo Niceno-Constantinopolitano. Foi definida também a natureza da divindade do Espírito Santo.         

Concílio de Saragoça

Em 385, no concílio de Saragoça, na região da atual Espanha, o bispo hispano-romano Prisciliano, que não aceitava o dogma da Trindade, recebeu a pena de morte, e a sua doutrina foi condenada.

Concílio de Éfeso
       
No ano 431, O Concílio de Éfeso, convocado pelo imperador romano do Oriente Teodósio II e presidido pelo patriarca Cirilo, excomungou Nestório, que dizia que Maria era simplesmente a mãe de Jesus. Não era a mãe de Deus como alguns estavam dizendo. Cirilo não tolerava os ensinos de Nestório. Quase todos os seus escritos foram queimados por ordem do imperador. Foi decretado o dogma da maternidade divina e Maria foi declarada a “Mãe de Deus”. Para os líderes da Igreja, que antes decretaram a divindade das três pessoas da trindade, se Cristo é Deus, então Maria é mãe de Deus.

Concílio de Calcedônia

Em 451, no Concílio de Calcedônia, eles tentaram calar os monofisistas, que acreditavam que Jesus tinha apenas a natureza divina. Não acreditavam que ele tinha uma natureza humana, conforme a crença da cúpula da igreja imperial. Decretaram o dogma da virgindade perpétua de Maria, afirmando que ela sempre fora virgem: antes, durante e depois do parto e definiram as naturezas divina e humana de Jesus.

II Concílio de Constantinopla

No ano 533, no II Concílio de Constantinopla, condenaram os escritos do nestorianismo, que ensinavam que as naturezas humana e divina de Cristo eram separadas. Condenaram também os ensinos de Orígenes.

II Concílio Toleto

        Em 589, no II Concilio de Toledo, foi acrescentada ao Credo de Nicéia a expressão “e do Filho” no penúltimo artigo, que ficou assim: “Cremos no Espírito Santo, o Senhor, a fonte da vida que procede do Pai e do filho; com o Pai e o Filho é adorado e glorificado. Ele falou pelos profetas.”

Concílio de Constantinopla

No ano 680-681, no III Concílio Constantinopla, condenaram o monotelismo, que também pregava que as naturezas humana e divina de Cristo eram separadas.

II Concílio de Nicéia

Em 787, no II Concílio de Nicéia, foi aprovada a veneração de imagens. No ano 850, no Concílio de Paiva, foi instituído o rosário e a doutrina da transubstanciação, afirmando a crença antiga que, na Eucaristia, o pão se transforma no corpo de Cristo, e o vinho, no sangue.

 IV Concílio de Constantinopla         

Em 867, no IV Concílio Constantinopla, Fócio, patriarca de Constantinopla, que não concordava com a alteração do credo, foi deposto e excomungado.

Concílio de Verona        

No ano 1184, no Concílio de Verona, foi instituída a Inquisição para perseguir, torturar e condenar aqueles que não seguiam as doutrinas do catolicismo.
       
IV Concílio de Latrão

Em 1215, no IV Concílio de Latrão, foram condenados os cátaros e os valdenses, que também tinham crenças diferentes. Foi também decretado o dogma da transubstanciação.
       
Concílio Vaticano
     
E entre 1869-1870, no Concílio Vaticano I, foi declarado o primado e a infalibilidade papal.     



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