SURGIMENTO
E PROPÓSITO DOS CONCÍLIOS REFORMADORES
Concílio de Pisa
Os concílios reformadores
surgiram em Pisa na Itália, por volta de 1409, surgiu com a finalidade de
resolver problemas que surgiam em torno do papado, esta ideia adveio de
cardeais que auxiliavam os dois papas da época. Geralmente estes cardeais se
debruçavam sobre questões referentes a cisma papal, sobre a necessidade de uma
reforma e sobre as heresias, que era como eram chamados os que se opunham a
determinações de autoridades religiosas da época, conceito este sedimentado na
Idade Média passando a ser conteúdo doutrinário aceito e pregado pela Igreja
Romana como regra de fé.
Em Roma, existiam à
época, grupos dissidentes que convocavam estes concílios, pela necessidade de
se promover esta reforma, devido a situação da igreja frente as novas ideias
dos intelectuais da época que apelavam por um governo que tivesse natureza
democrática dentro da igreja, onde a participação do povo nos concílios
pudessem efetivar este objetivo, descentralizando esta função que até então
pertencia com exclusividade aos bispos, a ideia também surge da possibilidade
de se discutir assuntos novos, tais como a salvação da fé sem sacramentos.
Estes itens foram retomados por meados do século XVI. Um dado não menos
relevante dentro da história dos concílios, é que a incerteza de alguns fieis
frente a este instituto religioso, aumentou de forma drástica o número de
dissidentes, que em conjunto com o número crescente de líderes capazes, que
mais tarde vieram a ser mortos depois de perseguidos.
Mesmo com estes eventos
que demandou a morte de alguns líderes religiosos, este movimento ganhou espaço
em quase toda Europa, inclusive Itália, Inglaterra, Áustria e outros países.
Estes grupos lutavam contra as doutrinas da igreja bem como suas práticas
litúrgicas, motivo este que levou os católicos romanos a classificar estes
grupos de hereges.
Nesta esteira, é
fundamental o entendimento de que o Concílio de Pisa, quedou-se ineficaz, não
alcançando seus objetivos com relação a obstar a cisma papal, sendo portanto
este concílio desfeito no mesmo ano de sua criação. O feito desta extinção
desencadeou na declaração pelos cardeais de que o trono papal quedar-se-iam
vazios, que em resumida síntese representa a demissão dos dois papas, que
tiveram como substituto Alexandre V (1409-1410). Os papas depostos não
reconheceram a autoridade do Concílio e permaneceram nos seus postos, complicando
a situação, pois uma vez de dois papas, passou a igreja a ter três.
Concílio
de Constança
O sucessor de
Alexandre V, João XXIII (1410-1415), convocou o Concílio, que foi apoiado pela
Inglaterra, Espanha e Burgundianos. Este concílio surgiu em Constança na
Alemanha, no entanto existiam limitações quanto a importância dos países, pois
só participavam deste Concílio os países mais importantes do ponto de vista
econômico que à época eram: Inglaterra, Espanha, França, Alemanha e Itália. Outro
dado interessante é que este Concílio foi o autor de sua própria autoridade,
que teve como resultado a diplomação de João XXIII, que convocara o Concílio,
mas terminou por se rebelar contra suas decisões, foi preso e deposto, sob
acusação de conduta escandalosa. Situação que demandou o surgimento de outro
papa com o mesmo nome do século XX, pois João XXIII do século XV foi
considerado antipapa. Gregório XII resignou, e Bento XIII (1394-1423), de
Avinhão, resistiu, mas sem maior força, pelo que a cisma chegou ao seu final
definitivo em 1429.
Enquanto
isso, ainda no Concílio de Constança, que ocorreu entre 1414 e 1418 onde houve
a eleição de um novo papa, Martinho V (1417- 1431), que foi aceito pelos países
mais importantes do mundo de então. O Concílio de Constança, estabeleceu que os
concílios deveriam se reunir periodicamente, afim de pôr fim aos problemas
persistentes e emergentes da igreja, até que se chegou ao limite em que estes
concílios deveriam ocorrer de dez em dez anos.
Concílio
de Paiva e Siena
No ano 850, no Concílio
de Paiva, foram instituídos o rosário e a doutrina da transubstanciação,
afirmando a crença antiga que, na Eucaristia, o pão se transforma no corpo de
Cristo, e o vinho, no sangue.
O Concílio de
Siena surgiu no ano de 1423. O Concílio de Siena (1423 - 1424) foi
um concílio da Igreja Católica realizado durante um período em que o movimento
conciliar estava no auge em sua cruzada para reformar a hierarquia da Igreja.
Se ele tivesse continuado, teria que ser qualificado como um concílio
ecumênico. Na lista oficial de concílios ecumênicos, ele já não aparece mais,
uma vez que o conciliarismo professado ali foi considerado posteriormente uma
heresia.
Concílio
de Basiléia - Ferrara - Florença
Estes surgiram
entre 1431 a 1447, este Concílio surgiu com objetivo principal de limitar o
poder do papa, este foi um concilio ecumênico, onde tinha como integrantes
membros do clero da Igreja Católica em Roma,
Na realidade, os próprios
papas se insurgiram contra os concílios, defendendo que a autoridade a eles
conferida se fazia necessária a resolução dos conflitos existentes na igreja,
sem que houvesse a intervenção dos cardeais ou dos concílios reformadores.
Vários são os motivos que levaram ao fracasso destes institutos, situações como
a falta de unidade nos motivos para a reforma, solução parcial da cisma papal,
antagonismo papal.
O crescimento das
monarquias contribuiu para que governantes civis sugerissem a convocação de
novos concílios para reformar a igreja. Depois de o problema do cisma ser
solucionado, alguns papas foram considerados arrogantes pelas suas atitudes.
Além disso o clero era acusado de baixo nível, situação esta, que desencadeou
diversas dificuldades para a igreja, causando assim a insatisfação da classe
religiosa e política, dando uma colaboração ainda que involuntária ao que mais
tarde viria se tornar a reforma protestante.
Em 325, o imperador romano
Constantino convocou o I Concílio de Nicéia. Nessa reunião com 318 bispos, foi
estabelecido o Credo de Nicéia, contendo um resumo das crenças cristãs aceitas
por muitas igrejas. Ali estava escrito aquilo que eles consideravam ser as
verdades espirituais. Era o artigo de fé da parcela do cristianismo apoiada
pelo imperador romano. Foi proclamado também o dogma da Santíssima Trindade,
afirmando que há um único Deus manifestado em três pessoas distintas (o Pai, o
Filho e o Espírito Santo). É uma complicada doutrina cheia de mistérios, onde
Jesus, o Filho, e o Espírito Santo também são Deus sem serem outros deuses, mas
outras pessoas consubstanciais (da mesma natureza e substância) ao Pai.
A partir daí, qualquer
doutrina contrária foi perseguida. O trinitarismo foi imposto como um dogma.
Não poderia mais ser contrariado ou rejeitado. Até hoje é uma doutrina
imexível. Quem tiver idéias diferentes poderá ser vítima de discriminação e ter
seu nome na lista dos hereges. Por isso, nesse mesmo concílio, outras formas de
pensamento foram condenadas. O subordinacionismo, que dizia que Jesus estava
subordinado a Deus e submetido à sua vontade, e o arianismo, que acreditava que
Cristo era uma divindade menor de natureza intermediária entre Deus e a
humanidade, foram condenados.
I Concílio de Constantinopla
No ano 381, o imperador romano Teodósio I convocou o I Concílio de
Constantinopla, onde foram reafirmadas as doutrinas do Concílio de Nicéia sobre
a consubstancialidade das três pessoas da Santíssima Trindade. O arianismo e
outros movimentos semelhantes foram considerados heréticos. Foi feita uma
revisão dos artigos do Credo de Nicéia, que passou a ser chamado de Credo
Niceno ou Credo Niceno-Constantinopolitano. Foi definida também a natureza da
divindade do Espírito Santo.
Concílio
de Saragoça
Em 385, no concílio de
Saragoça, na região da atual Espanha, o bispo hispano-romano Prisciliano, que
não aceitava o dogma da Trindade, recebeu a pena de morte, e a sua doutrina foi
condenada.
Concílio
de Éfeso
No ano 431, O Concílio de
Éfeso, convocado pelo imperador romano do Oriente Teodósio II e presidido pelo
patriarca Cirilo, excomungou Nestório, que dizia que Maria era simplesmente a
mãe de Jesus. Não era a mãe de Deus como alguns estavam dizendo. Cirilo não
tolerava os ensinos de Nestório. Quase todos os seus escritos foram queimados
por ordem do imperador. Foi decretado o dogma da maternidade divina e Maria foi
declarada a “Mãe de Deus”. Para os líderes da Igreja, que antes decretaram a
divindade das três pessoas da trindade, se Cristo é Deus, então Maria é mãe de
Deus.
Concílio
de Calcedônia
Em 451, no Concílio de
Calcedônia, eles tentaram calar os monofisistas, que acreditavam que Jesus
tinha apenas a natureza divina. Não acreditavam que ele tinha uma natureza
humana, conforme a crença da cúpula da igreja imperial. Decretaram o dogma da
virgindade perpétua de Maria, afirmando que ela sempre fora virgem: antes,
durante e depois do parto e definiram as naturezas divina e humana de Jesus.
II
Concílio de Constantinopla
No ano 533, no II
Concílio de Constantinopla, condenaram os escritos do nestorianismo, que
ensinavam que as naturezas humana e divina de Cristo eram separadas. Condenaram
também os ensinos de Orígenes.
II
Concílio Toleto
Em 589, no II Concilio de Toledo, foi acrescentada ao Credo de Nicéia a
expressão “e do Filho” no penúltimo artigo, que ficou assim: “Cremos no
Espírito Santo, o Senhor, a fonte da vida que procede do Pai e do filho; com o
Pai e o Filho é adorado e glorificado. Ele falou pelos profetas.”
Concílio
de Constantinopla
No ano 680-681, no III
Concílio Constantinopla, condenaram o monotelismo, que também pregava que as
naturezas humana e divina de Cristo eram separadas.
II Concílio de Nicéia
Em 787, no II Concílio de
Nicéia, foi aprovada a veneração de imagens. No ano 850, no Concílio de Paiva,
foi instituído o rosário e a doutrina da transubstanciação, afirmando a crença
antiga que, na Eucaristia, o pão se transforma no corpo de Cristo, e o vinho,
no sangue.
IV Concílio de Constantinopla
Em 867, no IV Concílio
Constantinopla, Fócio, patriarca de Constantinopla, que não concordava com a
alteração do credo, foi deposto e excomungado.
Concílio
de Verona
No ano 1184, no Concílio
de Verona, foi instituída a Inquisição para perseguir, torturar e condenar
aqueles que não seguiam as doutrinas do catolicismo.
IV
Concílio de Latrão
Em 1215, no IV Concílio
de Latrão, foram condenados os cátaros e os valdenses, que também tinham
crenças diferentes. Foi também decretado o dogma da transubstanciação.
Concílio
Vaticano
E entre 1869-1870, no
Concílio Vaticano I, foi declarado o primado e a infalibilidade papal.